Pico

Landscape of the Pico Island Vineyard Culture

Subir até ao topo da montanha mais alta de Portugal, um trilho com tanto de desafiante como de extraordinário, não resume os encantos da ilha negra! Passear pela paisagem da cultura da vinha, encurralada em muros de rochas vulcânicas, observar baleias e golfinhos ao largo da ilha, conhecer a tradição baleeira de outros tempos ainda tão presente na cultura destas gentes, participar das animadas festas populares que juntam, também, festeiros das ilhas vizinhas e emigrantes saudosos da terra, são outros segredos a desvendar na Ilha do Pico! Se planeia uma ida a esta ilha, aqui vão algumas dicas...

Climb to the top of the highest mountain in Portugal, a rail with both challenging as extraordinary, does not summarize the charms of the black island! Getting around the landscape of vine cultivation, trapped in walls of volcanic rocks, watching whales and dolphins off the island, meet the whaling tradition from other times still so present in the culture of these people, participate in lively festivals parties, that also joining partiers of the neighboring islands and emigrants from this land, are other secrets to reveal in Pico Island! If you plan a trip to the island, here are some tips...


Panorama of Pico Island (from the Ferry) / Tuna fish / Capitão Lagoon



A Ilha do Pico, conhecida como a Ilha Negra, designação oriunda do negro da rocha basáltica que envolve toda a paisagem da Ilha! Situada no Grupo Central do Arquipélago dos Açores, a par da Ilha do Faial, da Ilha de São Jorge, da Ilha da Graciosa e da Ilha Terceira, é a segunda maior Ilha dos Açores, dominada pelo vulcão da Montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, e um dos vértices das chamadas Ilhas do Triângulo.


Visitámos a Vila da Madalena, principal Vila da Ilha e bem típica, admirámos a Igreja de St. Maria Madalena e o principal porto do Pico, de frente para a cidade da Horta no Faial, Ilha esta que vislumbrámos além-mar, juntamente com os curiosos Ilhéus da Madalena.


Madalena Village / Vila da Madalena

Entrámos no Museu do Vinho, onde viajámos pela história do vinho desta Ilha, passámos por dois edifícios, um que recria uma casa e uma adega, com uma exposição sobre a tradição da cultura da vinha na Ilha do Pico e um segundo, onde fica o alambique. Subimos, ainda, num miradouro com vista para os currais e contemplámos uma mata de dragoeiros centenários, só por si merecedora de uma visita!


Wine Museum / Museu do Vinho
Wine Museum / Museu do Vinho
Wine Museum / Museu do Vinho
Wine Museum / Museu do Vinho

Ainda na rota do Vinho do Pico, passeámos pelo Lajido da Criação Velha, na Madalena e pelo Lajido da de Santa Luzia, em São Roque, estes terrenos, misto de natureza lávica e práticas ancestrais, englobam a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, orgulhosamente Património da Humanidade.

Na Criação Velha, além de um típico Moinho de Vento, pintado de vermelho, onde do topo temos uma visão panorâmica da imensidão das vinhas entre a montanha e o mar, existe um Trilho Pedestre da Criação Velha, onde podemos percorrer estes currais assimétricos de negras rochas basálticas, amontoadas pela mão humana, que envolvem os vinhedos produzindo um efeito estufa, que permite que as uvas amadureçam, originando este Vinho de sabor único!


Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da Criação Velha)

Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da Criação Velha)


Em Santa Luzia, percorremos as ruelas desta pequena localidade formada pela lava de erupções vulcânicas que se verificaram no mar e uniram-se à Ilha, apreciámos o seu casario de pedra bem negra e de janelas vermelhas, a sua Igreja pitoresca, o poço de mar, a marca dos carros de bois que transportavam o vinho no chão de lava negra, ouvimos o murmúrio da “cusquice” dos vizinhos nas portas de suas casas que nos observavam atentamente com um olhar de estranheza que a nós, também, causava espanto, aqui à volta, abundam adegas, armazéns, currais e curraletas, onde as vinhas eram cultivadas no chão de lava preta, hoje de novo plantadas. E, entrámos no Centro de Interpretação da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, onde observámos o armazém de pipas tradicional e um alambique ainda em funcionamento, onde é feita a conhecida aguardente de figo e ainda, na sala de multimédia, assistimos a um pequeno vídeo didático, onde nos apercebemos que numa ilha de paisagem inóspita, nascida da lava e esculpida pelos agrestes elementos da natureza, os vinhedos do Pico são um exemplo de engenho e imaginação do homem, que aí criou sustento a partir do nada, nestas pedras negras empilhadas à mão umas sobre as outras, num labiríntico rendilhado de muros assimétricos, onde são cultivadas as uvas das castas verdelho, arinto e terrantez, com as quais é feito o célebre Vinho do Pico, que chegou a ser servido à mesa dos Czars russos!


Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da de Santa Luzia)
Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da de Santa Luzia)
Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da de Santa Luzia)
Landscape of the Pico Island Vineyard Culture / Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Lajido da de Santa Luzia)

Este afamado Vinho do Pico, que pensávamos que iriamos prová-lo no Museu do Vinho, encontrámos num supermercado e deliciámo-nos por casa, acompanhado de um apetitoso Queijo do Pico!

Pico Wine and Cheese / Vinho e Queijo do Pico

Visitámos a Vila de São Roque, Vila antiga, onde o seu porto está intimamente ligado à atividade baleeira, assinalado com a presença do Museu da Industria Baleeira, antiga Fábrica das Armações Baleeiras. Daqui, ainda, vislumbrámos a Ilha de São Jorge, sob a neblina, além-mar.


Sao Roque Village / Vila de São Roque

Visitámos, igualmente, a Vila das Lajes, centro baleeiro de tradição secular, onde apreciámos as suas ruelas com casario típico e o seu porto pitoresco. Passámos por esta Vila com a intenção de conhecer de perto esta epopeia baleeira açoriana centralizada no Pico. Entrámos no Museu dos Baleeiros, instalado nas originais casas de botes, onde além de observar vários utensílios usados na pesca artesanal, uma belíssima canoa baleeira e peças em dente e osso de baleia, viajamos atrás umas décadas, quando ainda era permitida a caça à baleia, através de um filme a preto e branco, embora antigo e pouco sugestivo, até à arriscada e autêntica faina dessa época, um exato documentário da dureza e da importância da industria baleira na subsistência de inúmeras famílias que viviam nesta Ilha de árida rocha basáltica rodeada de mar, desde a atividade atenta de observação de baleias no imenso mar, ao foguete de aviso de baleia na costa, à correria dos “picarotos” que largavam os seus afazeres, de pastor na montanha, de barbeiro na Vila… com as suas quantas bocas para alimentar em casa, rumo à canoa baleeira e ao embarque no porto com objetivo de lançar o arpão em mais uma baleia, apoiando-se em técnicas ancestrais, até à transformação dos cetáceos em óleos e farinhas e da sua comercialização em troca de uns poucos “tostões” divididos por todos. Atualmente, esta epopeia resume-se a estes vestígios do passado bem preservados e enraizados na cultura destas gentes e aos passeios lúdicos de observação de baleias e cachalotes que passeiam no “Canal” de águas pacíficas que envolve a Ilha e que se deixam observar pelos visitantes, que jamais esquecerão tamanha experiência! Contudo, os preços exorbitantes, a “caça ao turista” pelas bancas que vendem estes passeios, a bruta simpatia destas gentes (sem ofensa!), aliada às nuvens negras carregadas de chuva refletidas no mar naquele dia afastou-nos dessa experiência de observação de cetáceos, embora já o tínhamos feito em São Miguel, numa embarcação típica, por um preço mais agradável… onde ficou a vontade de repetir esta experiência inesquecível!


Lajes Village / Vila das Lajes
Lajes Village / Vila das Lajes
Lajes Village / Vila das Lajes
Whaling Museum / Museu dos Baleeiros
Whaling Museum / Museu dos Baleeiros

Aproveitámos, então, para almoçar peixe fresco, o melhor bife de atum e um espadarte delicioso, numa modesta taberna de pescadores, abarrotar de turistas e locais (a revelar que ali era o local onde se come bons petiscos!), embora já não lembro o nome, nesta Vila das Lajes.


Tuna Steak / Bife de Atum

A caminho da Montanha do Pico, contemplámos o contraste entre as escarpas nuas deste vulcão imponente, majestoso, que apodera-se da paisagem e as pitorescas aldeias floridas debruçadas sobre o mar, os declives suaves da montanha e o extenso planalto, cortado por uma longa estrada a perder de vista, com as suas pequenas lagoas de uma beleza singular, cuja mais bonita é a Lagoa do Capitão e pastos de vacas nas encostas, por todo o lado.


Beaches / Praias
Roadway / Estradas
Wildflowers / Flores Silvestres
Lagoon of Capitao / Lagoa do Capitão

Pastures / Pastos

Com o intuito de subir à montanha do Pico, chegámos à Casa da Montanha, ponto de partida e local de paragem obrigatório para quem pretende fazer a subida à montanha do Pico, onde nos foram fornecidas diversas informações úteis para a subida, que o ponto mais alto fica a cerca de 1200 metros de altitude, que a partir daqui só seguindo a pé, percorrendo um trilho demarcado, de grau de dificuldade médio a elevado, de 3800 metros até ao topo, com a duração total de cerca de 7 horas, onde lá do alto podem ser observadas todas as ilhas do grupo central e que o percurso está assinalado com marcos numerados, o que evita perder-se e que, aliado ao chipe para nos localizar a partir da Casa da Montanha, que nos dão antes da subida, no momento do registo obrigatório de controlo das subidas à montanha, pelo qual temos que pagar, nos levou a concluir que guias é completamente desnecessário para qualquer pessoa comum de boa forma física, desde que sejam tomados os cuidados necessários, subir bem agasalhados com roupa por camadas, gorro, luvas, botas e impermeável, com uma muda seca, caso chova, porque o tempo é sempre instável e com 1,5 litros de água e alguma comida.


Mountain House / Casa da Montanha
Beginning of the trail to Pico Mountain / Início do Trilho Pedestre para a Montanha do Pico


Quanto a nós, não subimos… somente porque o tempo não estava de boas feições e as previsões anteviam chuva e vento forte, apesar de estarmos no Verão! Recordámos o que lemos no Blog Viagens à Solta, no relato da subida ao Pico, embora feita sem necessidade de guias, a aventura de escalar a montanha mais alta de Portugal não foi compensada pela chuva e pelo nevoeiro que nem deixava ver um palmo à frente! Mas antes, disso tivemos a pior experiência e a única desagradável nos Açores, quando reservámos com antecedência a subida ao Pico, para durante a madrugada e para ver o Nascer-do-Sol, decerto lindíssimo e com uma vista espetacular paras Ilhas ao redor, com uma guia que se veio a revelar péssima profissional, a D.ª Cecília Jorge, perto dos 50 anos, guia de montanha na empresa Caminhando, uma verdadeira vergonha para o turismo dos Açores! Quando marcámos pareceu-nos bem, no e-mail estava no assunto o dia, o mês e o percurso a fazer (bem claro!), mas uma semana antes mandámos novo e-mail para acertar o ponto de encontro e outros detalhes e não tivemos qualquer resposta, nem para a mensagem que enviamos pelo Facebook. No dia anterior falámos por telefone com esta guia que nos disse de forma extremamente desinteressada que nem sabia qual era a nossa marcação (as agendas servem para quê!?) e que tinha um passeio no dia que marcou connosco, noutro horário, com um grupo maior e que nos encaixava noutro dia com outro grupo! Foi aqui que nos percebemos que as reservas a que se compromete são para quando lhe dá jeito e que o seu maior interesse é contar a quantidade de notas que recebe no final do dia! Quando nos exaltámos a reclamar (com razão!) a falta de palavra desta guia, que se tinha comprometido connosco ao aceitar por escrito a reserva que solicitámos, foi extremamente bruta, grosseira e ainda utilizou um “palavrão”! De certeza, que foram mais os turistas, iludidos pela boa repercussão que o destino Açores tem no mundo (bem merecida!) de bem acolher os seus visitantes, que ficaram desanimados com os serviços desta guia de montanha, mal habituada a que lhes caem aos pés turistas aventureiros e receosos de subir a montanha sem orientação… Por considerarmos que prestar um serviço de qualidade é um requisito básico para qualquer profissional da aérea do turismo (ou de qualquer outra área) e pela flagrante atitude de falta de respeito para com o outro, manifesto aqui a minha revolta por guias como esta D.ª Cecília Jorge, que nem se limitam a responder às mensagens que recebem de pessoas que do outro lado esperam uma resposta, positiva ou não, e que se aproveitam das belezas naturais da terra onde vivem para fazer dinheiro sem qualquer preocupação para com o outro, conforme lhes dá jeito… e por admirar a enorme riqueza paisagística, cultural e gastronómica do nosso País e, particularmente, a dos Açores, que recomendo uma mudança de atitude, a seguir os bons exemplos de excelentes profissionais que orgulhosamente mostram o que as suas Ilhas têm para descobrir, como é o caso do Marco Melo da WestCanyon, na Ilha das Flores, do Rodrigo Bento da Explorazores, na Ilha Terceira, entre outros nomes. Bem receber os seus visitantes é meio caminho andado, para qualquer destino, para que estes voltem e o recomendem a novos visitantes!!!

Continuando a nossa descoberta do Pico, fomos de encontro das animadas Festas da Madalena! Festas que espelham a riqueza cultural e as mais intrínsecas tradições destas gentes que recebem de braços abertos locais, turistas e emigrantes de regresso para mais um Verão na sua terra. Assistimos à solene procissão de St. Maria Madalena, incorporada por Organismos Paroquiais, Forças Vivas do Concelho, Autoridade e Filarmónicas.

Madalena Festival / Festas da Madalena
Madalena Festival / Festas da Madalena
Madalena Festival / Festas da Madalena
Aproveitámos para nos sentarmos, assim só para petiscar, na esplanada de um restaurante (Via Aqua) de frente para a Igreja, para a longa procissão solene que regressava a esta e com um vista magnífica para o porto da Vila da Madalena onde ainda desembarcavam barcos apinhados de visitantes à procura da euforia das Festas dos Açores! Aqui saboreamos umas lapas acompanhadas de uma taça de Vinho do Pico, num Pôr-do-Sol encantador… entre as conversas de amigos e famílias à volta da mesa de sotaque americano misturado com açoriano! Depois, seguimos a dica simpática deste restaurante e fomos saborear um gelado artesanal, que vendiam do outro lado da pequena e bonita Marina da Madalena.

Madalena Festival / Festas da Madalena
Lapas and Pico Wine / Lapas e Vinho do Pico

Pela noite fora, desfrutámos da Festa, animada pelas bandas filarmónicas, pelas bancas de comes e bebes, pelos grupos de música e pelos artistas convidados!


Madalena Festival / Festas da Madalena
Ferry, Port of Sao Roque do Pico / Ferry, Porto de São Roque do Pico

Inserida na viagem aos Açores, onde passámos por seis das nove Ilhas (São Miguel, Flores, Faial, Pico, São Jorge e Terceira), a Ilha do Pico foi a quarta a ser visitada, embora tenha sido a que menos gostamos. Foi planeada com uns meses de antecedência e ficámos por dois dias. Chegámos a esta Ilha, a partir da Ilha do Faial, de barco (Transmaçor), no Porto de São Roque do Pico, em pleno Verão. Para nos deslocarmos na Ilha, alugámos um carro que nos entregaram onde ficámos hospedados, cuja reserva foi feita com antecedência e que entregámos na partida no porto de São Roque do Pico (Azores Travel) antes de embarcar em direção à restante Ilha do Canal, São Jorge, (Atlânticoline). Hospedámo-nos num Hostel (Sportfish), na Vila de São Roque do Pico, que amavelmente nos foram buscar ao Porto na chegada. Embora, não tenhamos encontrado nesta Ilha muita amabilidade e simpatia a receber os seus visitantes…

Visitar a Ilha do Pico é conhecer um pequeno mundo cheio de segredos, envolta numa beleza que só a ela lhe pertence!


Sem comentários:

Enviar um comentário